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Flexibilização da faixa de ônibus da EPTG entrou em vigor

September 4, 2018

    Os carros de passeio já podem utilizar a faixa exclusiva da EPTG, desde sábado (1º). O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) autorizou a flexibilização nos fins de semana e feriados.

    A medida publicada no dia 31/08 no Diário Oficial autoriza que os carros podem circular entre 0h01 de sábado até 23h59 de domingo.

    De acordo com o DER, a flexibilização partiu de uma recomendação do Ministério Público, uma vez que na EPNB a mudança veio após a avaliação técnica concluir que nos fins de semana e feriados o fluxo de carros de passeio é grande na via, mas o de ônibus diminui consideravelmente. Como a EPNB já era liberada por este motivo, mas EPTG não, após uma audiência entre os órgãos de trânsito e o Ministério Público, o mesmo pediu a liberação definitiva nas duas vias por entender que essas diferenças causavam confusão principalmente para quem não mora no DF.

    Implantada em 31 de janeiro de 2012, atualmente a faixa exclusiva da EPTG é subutilizada: 68 ônibus de apenas 11 linhas semiexpressas circulam pelo corredor, em que o coletivo não para ao longo da via e os passageiros embarcam e desembarcam nas cidades de origem, mas não na EPTG, enquanto os ônibus das demais linhas utilizam as vias marginais. O tráfego na faixa é liberado também para táxis, vans escolares e ônibus interestaduais.

    A medida de flexibilização pode ser um tiro no pé, visto que há uma determinação da Secretaria de Mobilidade para que as empresas que operam linhas na EPTG – Marechal, São José e Urbi adquiriram ônibus com portas dos dois lados; para que enfim o corredor seja plenamente utilizado – inclusive aos finais de semana. A faixa exclusiva da EPTG está inclusa no projeto do Expresso Oeste, corredor de BRT que ligará Ceilândia, Taguatinga, Guará, Vicente Pires e Águas Claras ao Plano Piloto.

    Uma queixa constante de quem usa carro é sobre a impressão de que nas avenidas em que foram implantadas as faixas preferenciais e/ou exclusivas de ônibus ficar ‘vazia’ em vários momentos do dia. Essa sensação de que a faixa está vazia é importante para atrair usuários para o sistema. Em uma faixa com muitos ônibus em seguida pode haver congestionamento, o que reduz a velocidade dos coletivos e indica que a tecnologia empregada na via está saturada, e para tal, é necessário empregar modais de média capacidade como o BRT e VLT.

    Na medida em que a reserva de um espaço preferencial à circulação dos ônibus nas vias constitui um importante elemento para melhoria da qualidade e eficiência dos serviços, permitindo uma série de benefícios: redução do tempo de viagem dos usuários, decorrente da redução dos retardamentos causados pelos congestionamentos; redução do custo operacional, em função da redução e da adequação da frota em operação nos corredores veículos, devido à elevação da velocidade média e à utilização de veículos de maior capacidade; e melhor organização dos embarques e desembarques dos usuários, conferindo maior conforto e segurança aos usuários.

    Apesar dos avanços, é preciso ser sensato: o transporte público em Brasília ainda é ineficiente, e impulsiona ainda mais o uso do automóvel em larga escala. Porém a insatisfação daquele que usa o carro que fica preso no congestionamento, não pode ser motivo para se retroceder nas políticas públicas de priorização do transporte coletivo por ônibus.

    É um circulo vicioso: se não melhorar o transporte público, inicialmente através da priorização viária, e depois perpassando por outros fatores como segurança e conforto, o brasiliense não terá motivo algum para deixar seu carro em casa. Antes de tudo, o brasiliense quer um transporte rápido e eficaz, afinal as queixas com atrasos e furos de viagens, além do preço da tarifa, são recorrentes.

    Quanto mais espaço para o automóvel derem, mais as vias estarão congestionadas; e não é tirando o espaço do ônibus, mesmo que por determinada faixa horária, que irá se resolver o problema. Brasília, hoje aos 58 anos, se continuar neste estímulo e ritmo de crescente número de veículos, têm a perspectiva de chegar aos 60 anos travada.

    Fonte: Pense Mobilidade

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