Com o sinal verde do Ministério das Cidades para a liberação de recursos, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) deve investir R$ 112.645.622,13 para modernizar o sistema de sinalização e controle da Linha 1. O ramal liga a área central de Brasília a Ceilândia e Samambaia.
Como contrapartida, o governo de Brasília aportará R$ 16.366.468,33 para as melhorias técnicas, que permitirão diminuir o intervalo entre um trem e outro — hoje de 3 minutos e 35 segundos de segunda a sexta em horários de pico.
Assim, o custo total das mudanças na Linha 1, considerando repasse e contrapartida, será de R$ 129.012.090,46. Elas se referem aos seguintes aspectos:
- Substituição de componentes obsoletos
- Melhoria de comunicação entre os trens e o centro de controle
- Melhoria do sistema elétrico, como os mecanismos de proteção contra quedas de energia e a revitalização de subestações retificadoras de energia
Uma vez licitadas, as alterações serão aplicadas ao longo dos 42 quilômetros de trilhos. Elas serão executadas nas madrugadas, quando os trens não rodam.
Esta será a primeira grande modernização desde o início da construção do Metrô-DF, na década de 1990. “O nosso desafio será a logística de implementação das melhorias, com a linha em operação e sem que o usuário seja afetado”, destaca a diretora técnica da empresa pública, Daniela Diniz.
Ao todo, serão destinados pelo Ministério das Cidades ao DF R$ 289,2 milhões — R$ 275,5 milhões para o Metrô-DF e R$ 13,8 milhões para a construção de um viaduto entre a Estrada Parque Indústria Gráfica (Epig) e o Parque da Cidade.
Expansão da linha laranja observa crescimento de Samambaia
O repasse do Ministério das Cidades inclui a construção de duas estações em Samambaia. Tecnicamente chamadas de Estação 35 e Estação 36, elas custarão R$ 186.562.045,19. Desse total, R$ 162.894.792,05 se referem ao dinheiro da União e R$ 23.667.253,14 à contrapartida do governo de Brasília.
A Estação 35 ficará próximo à Quadra 111 de Samambaia, onde estão uma escola classe e uma feira livre. A Estação 36 será instalada na Quadra 117, nas proximidades da Vila Olímpica Rei Pelé e do Centro de Atenção Integral à Criança (Caic) Ayrton Senna.
Um trecho plano entre a Estação 33, a última construída em Samambaia, e a Estação 35 ficará reservado à implementação da futura Estação 34. Ela não está prevista na expansão anunciada nesta semana e sairá do papel quando houver mais adensamento urbano na região.
As duas estações a serem erguidas contarão com elementos de acessibilidade, como rampas, piso tátil, aviso sonoro, escadas rolantes e elevadores.
O projeto também considera estacionamento, paraciclos e ciclovia próximo ao muro de vedação (que separa os trilhos da área pública). A ideia é urbanizar as imediações da linha para evitar, entre outros problemas, a ocupação irregular do espaço.
Para comportar a ampliação do sistema, deverão ser construídas mais três subestações retificadoras de energia em Samambaia. Hoje, o Metrô-DF tem 17 unidades dessas em funcionamento em todos os ramais.
O projeto engloba ainda a criação de dois viadutos rodoviários, de um viaduto ferroviário e de passarelas de pedestres.
Liberação de recursos pelo Ministério das Cidades é negociada desde 2013
O aporte dos recursos pelo Ministério das Cidades se iniciou em 2013, com a abertura de carta-consulta pelo governo federal. À época, o DF foi uma das unidades da Federação vencedoras do processo, e o projeto inscrito considerava a ampliação dos três trechos do metrô (Asa Norte, Ceilândia e Samambaia).
No entanto, por questões orçamentárias, o Executivo federal solicitou que a expansão fosse desmembrada. Diante da crise econômica nacional, não seria mais possível destinar recursos suficientes para os três ramais.
Assim, a linha laranja foi priorizada em função de critérios técnicos, como a maior extensão de via, menor custo por quilômetro e localização em área de expansão urbana e imobiliária.
A ampliação dos outros dois ramais depende da disponibilidade de recursos do governo federal.
Investimentos no Metrô-DF
Em 2015, o Metrô-DF conseguiu a aprovação de toda a documentação técnica na Caixa Econômica, agente financeira do governo federal na operação. Essa medida garantiu a destinação ao DF dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade, do Ministério das Cidades.
Desde 2016, é cumprida uma programação de investimentos no sistema metroviário. No orçamento de 2017, por exemplo, estavam previstos R$ 192,7 milhões, que não se concretizaram pois dependiam de operações de crédito e de repasses da União.
Enquanto o dinheiro federal não é liberado, o governo do DF obteve recursos do Banco do Brasil para a modernização do metrô. Em abril de 2017, foram destinados, aproximadamente, R$ 19 milhões para a execução dos contratos da Linha 1.
O governo de Brasília busca recursos para concluir as estações inacabadas e sem atender à população desde 1992 – ano do início da construção.
Ainda neste semestre, as obras de finalização começam nas estações 106 Sul, 110 Sul e Estrada Parque. Também haverá licitação para adequar a Estação Arniqueira, terceira com o maior fluxo de passageiros e que ainda não tem escadas rolantes.
Fonte: Agência Brasília
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