A tarifa da Rede Integrada de Transporte que atende Curitiba e mais 13 municípios da Região Metropolitana com as integrações será reajustada a partir da zero hora da quinta-feira (28/02), no primeiro aumento desde fevereiro de 2017.
A passagem do usuário passará de R$ 4,25 para R$ 4,50.
O reajuste foi definido pela Urbs (Urbanização de Curitiba S/A) e assegura o equilíbrio econômico-financeiro do sistema, que transporta por dia 1,3 milhão de passageiros, sendo 600 mil pagantes. Os não pagantes usufruem de isenções asseguradas em lei; fazem parte deste grupo idosos, pessoas com deficiência, estudantes (meia passagem) e ainda os passageiros da Região Metropolitana que entram no sistema urbano pelas integrações.
O reajuste ficou abaixo do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), 5,8% contra 6,7%, considerando o período de fevereiro de 2017 (último reajuste) a janeiro de 2019. Ficou abaixo, também, do reajuste ocorrido na média das cidades brasileiras neste ano: 8,7%, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos.
“Fizemos um grande esforço e conseguimos manter a tarifa congelada por dois anos”, diz Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbs. “Agora, com o aumento dos custos do diesel, a previsão de um aumento salarial de motoristas e cobradores de aproximadamente 3,8%, e outros impostos, foi necessário adequar o valor para não comprometer a sustentabilidade do sistema.”
Cortes
De acordo com Maia Neto, medidas de corte de custos e de melhoria administrativa do sistema geraram uma economia que pode ser revertida para a tarifa. “Reduzimos custos indiretos, otimizamos a frota, revisamos quilometragem de linhas”, explica. “Essa economia gerou um impacto de R$ 0,25 na tarifa, ou seja conseguimos reduzir o reajuste à metade.”
Diesel
Este tipo de medida ajudou a compensar aumentos de custos em outras áreas.
Com a retirada do desconto do ICMS do diesel a partir janeiro deste ano, por exemplo, o principal insumo dos ônibus aumentou 13%, e poderá chegar a 23% nos próximos meses. A base de cálculo é a pesquisa da Agência Nacional de Petróleo.
Por dia os ônibus das 250 linhas urbanas fazem 14 mil viagens e rodam cerca de 282 mil quilômetros.
A Urbs também está projetando um aumento de 3,5% para motoristas e cobradores. As despesas com pessoal é o maior custo na planilha do transporte, correspondendo a 56,7% dos custos do sistema.
Tarifa técnica e real
O reajuste não elimina a diferença entre a tarifa que o usuário paga e o custo real da operação do sistema (que resulta na tarifa técnica atual de R$ 4,79).
A diferença é custeada pelo Fundo de Urbanização de Curitiba, uma conta pública em que ficam depositados recursos usados exclusivamente no transporte coletivo.
A Prefeitura firmou com o Governo do Estado um acordo para bancar o déficit do sistema. A parceria vai, ainda, ampliar a integração do transporte na Região Metropolitana.
“O sistema de Curitiba atende com integrações cerca de 2,4 milhões de passageiros da RMC por mês”, explica Maia Neto.
Além do custo de operação, que é o pagamento feito às empresas por meio da tarifa técnica, a Urbs responde também pela manutenção da estrutura do transporte coletivo de 21 terminais urbanos, 81 quilômetros de canaletas, 348 estações tubo e 6,5 mil pontos de parada de ônibus.
Investimentos
Desde 2017, a Urbs vem investindo no resgate da melhoria no transporte coletivo, especialmente na renovação da frota que não era feita havia mais de quatro anos. Até aqui foram adquiridos 157 novos ônibus, entre eles 25 biarticulados que permitiram, por exemplo, colocar em operação a nova linha Ligeirão Santa Cândida-Praça do Japão.
Até o fim desde ano serão 300 novos ônibus rodando na cidade – e 450 até o final de 2020. Os veículos estão sendo encomendados pelos consórcios de empresas que fazem prestadoras dos serviços de transporte na capital.
O presidente da Urbs destaca que a renovação de frota recebeu investimentos de mais de R$ 150 milhões. Já para as reformas em terminais somam R$ 85 milhões, além de R$ 5 milhões para reformas das estações-tubo.
“São R$ 240 milhões que estão sendo investidos só este ano no transporte coletivo de Curitiba”, resume Maia Neto.
Reintegrações
Outra avanço foi a reintegração ao sistema de transporte de sete linhas metropolitanas que estavam com itinerários seccionados, entre elas as linhas diretas Colombo/CIC, Araucária/CIC, Angélica/CIC e Caiuá/Cachoeira. Além de Roça Grande/Santa Cândida, PUC/Fazenda Rio Grande, Quatro Barras/Santa Cândida.
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Fonte: URBS
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